Organizações da Sociedade Civil, como SP Invisível, Salvador Invisível e o Programa Corra pro Abraço, desempenham um papel essencial na promoção e defesa dos direitos das pessoas em situação de rua. Essas iniciativas evidenciam a complexidade e a necessidade de uma atuação articulada entre os setores público e privado, funcionando de maneira integrada e em rede para que as ações efetivamente alcancem quem mais precisa.
Como ressalta Luciana Rocha, “a atuação para pessoas em situação de rua ainda é majoritariamente assistencialista e temporária. Minha experiência de oito anos no Corra pro Abraço reforça a necessidade de abordagens estruturantes, e é aí que o investimento social privado pode ter uma incidência transformadora, indo além do paliativo”. Sua reflexão destaca o desafio de superar modelos tradicionais e aponta caminhos para práticas mais sustentáveis e eficazes na garantia de direitos e promoção da dignidade dessa população.
Ponto de vista mencionado por André Soler, que também chama atenção para a necessidade de uma maior aproximação do ISP à causa. Algo que fica explícito, por exemplo, pela falta de dados direcionados nos censos GIFE sobre organizações que realizam projetos de finalidade pública.
“Percebemos que o investimento social privado tem crescido nessa área, porém muitas vezes ainda é pontual e carece de alinhamento com estratégias de longo prazo. Há um movimento positivo em direção a ações mais estruturantes, mas é fundamental aumentar o foco em soluções sustentáveis e integradas, que envolvam parceria efetiva entre o setor privado, organizações sociais e o poder público”, conclui André Soler.